Que eu possa estampar toda a dor em teus olhos para que sintas.
Que eu possa estar presente no resto dos teus dias como ferida viva.
Se sou a colheita de teus atos? Que eu seja, então.
Que eu seja a semente que frutificou longe das tuas vistas.
Que eu seja a convidada oculta a tua mesa.
Se sou a inopurtuna? Que eu seja, então.
Que eu povoe seus sonhos.
Que eu seja a primeira a lembrares quando abras os olhos.
Se sou a praga que te assola? Que eu seja, então.
Não deixarei que me esqueças, nos dias que te restam.
Devo a ti essa lembrança, devo a mim.
Se num breve momento, fechares os olhos e minha imagem surgir por trás da tua retina é porque assim, desejo que seja.
A cruz que carregas é a que eu trouxe sempre, junto a mim.
Se sou a resposta aos teus medos? Que eu seja, então.
Se sou a pergunta? Melhor ainda.
Se sou o medo? Somente, tu o sabes.
Que eu seja a solidão que te abraça para que entendas.
- E me sintas... me sintas...
quinta-feira, 6 de maio de 2010
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Quem sou eu
- Ana Paula Ribas
- carioca, taróloga, historiadora em formação pelo Instituto Federal de Goiás, mãe, crocheteira de fios e palavras, ensaísta e poeta de gaveta.
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