segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Queimem os livros de autoajuda!




Eu morro de rir com esse "universo paralelo" chamado facebook. Lá, mais que em qualquer outro lugar, lembro do Poema em linha reta de Fernando Pessoa: "Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo."

É estranho que no dia a dia, eu me depare com impossibilidades mil e pessoas comuns nesse mesmo barco furado. Que agradecem por um dia sem transtorno, apenas um dia! Gente sobretudo humana, demasiadamente humana, contrapondo a fantasia que lá diariamente assisto.

Esse verdadeiro "enxame" de pessoas "megaultrasuper" bem informadas, de belezas inenarráveis e sucessos estratosféricos, poliglotas e habitantes de um Brasil diferente do que habito. Numa performance sem medida, em busca de um marketing pessoal que beira a esquizofrenia, e que como crianças precisam de uma aprovação que lhes controle a birra calcada em seu próprio umbigo. Eu curto, tu curtes, ele comenta, nós compartilhamos, eles cutucam.

O vazio é "in-superável", "in-dissoluto" a cada um. E a vida é comum. Nascemos, procriamos (geralmente) e morremos. Foi e é assim, ponto. Pouquíssimos fizeram ou escreveram algo que valesse para a gerações subsequentes, o restante foi formiga. Portanto, citando Emparedado, conto de Cruz e Souza, fechando essa ideia de um mundo real sem nuances róseas:

"Não transporás os pórticos milenários da vasta edificação do Mundo, porque atrás de ti e adiante de ti não sei quantas gerações foram acumulando, acumulando pedra sobre pedra, pedra sobre pedra, que para aí estás agora o verdadeiro emparedado de uma raça.Se caminhares para a direita baterás e esbarrarás ansioso, aflito, numa parede horrendamente incomensurável de Egoísmos e Preconceitos! Se caminhares para a esquerda, outra parede, de Ciências e Críticas, mais alta do que a primeira, te mergulhará profundamente no espanto! Se caminhares para a frente, ainda nova parede, feita de Despeitos e Impotências, tremenda, de granito, broncamente se elevará ao alto! Se caminhares, enfim, para trás, ah! ainda, uma derradeira parede, fechando tudo, fechando tudo — horrível! — parede de Imbecilidade e Ignorância, te deixará num frio espasmo de terror absoluto...E, mais pedras, mais pedras se sobreporão às pedras já acumuladas, mais pedras, mais pedras... Pedras destas odiosas, caricatas e fatigantes Civilizações e Sociedades... Mais pedras, mais pedras! E as estranhas paredes hão de subir, — longas, negras, terríficas! Hão de subir, subir, subir mudas, silenciosas, até às Estrelas, deixando-te para sempre perdidamente alucinado e emparedado dentro do teu Sonho..."

E um pequeno conselho, se não for abusar: queimem os livros de autoajuda!


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Oração a São Jorge

Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.

Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.

Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meu inimigos.

Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.

São Jorge Rogai por Nós.

sábado, 4 de junho de 2011

O meu amor é uma carta que voltou


Por culpa desse meu lado dramático 
Quiça macarrônico 
Um tanto oito ou oitenta e oito 
Que não esquece um bem ou um mal
Camaleoa sobrevivente 
Deixo de ser branca e sou franca
Cabra-macho, vestida de rosa choque que se enrosca e não recua
Escorpiana de ventre
Pisciana de pai, enfrentado até o ranger dos dentes  
Capricorniana por convivência filial, minha oposta sincronia 
Libriana ascendente e filial, espelho convergente
Sou canceriana que faz dos braços vestimenta
E da memória dos meus a indelével escrita no dia-a-dia

Quem sou eu

Minha foto
carioca, taróloga, historiadora em formação pelo Instituto Federal de Goiás, mãe, crocheteira de fios e palavras, ensaísta e poeta de gaveta.